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Nova esperança: Anvisa aprova 1º tratamento inédito para câncer de ovário resistente no Brasil.

  • Foto do escritor: Vanak2z
    Vanak2z
  • há 1 dia
  • 2 min de leitura

Um novo medicamento para câncer, chamado mirvetuximabe soravtansina, aumentou o tempo de vida de pacientes em um estudo clínico, trazendo uma nova esperança para o tratamento da doença.



A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na segunda-feira (1º) o mirvetuximabe soravtansina (Elahere), o primeiro medicamento específico para um subtipo de câncer de ovário avançado que parou de responder à quimioterapia convencional. A decisão marca um avanço significativo no tratamento de uma doença com opções terapêuticas limitadas.


Para quem é este medicamento?


O Elahere é indicado para um grupo específico de pacientes:


Câncer de ovário epitelial avançado;

Que se tornou resistente à platina (o câncer voltou em menos de seis meses após o fim da quimioterapia);



E cujo tumor seja FRα-positivo, ou seja, apresente altos níveis da proteína receptor de folato alfa (FRα). Estima-se que um terço das pacientes se encaixe nesse perfil.


Como funciona esta terapia?


O medicamento pertence a uma classe inovadora chamada conjugado anticorpo-fármaco (ADC). Ele funciona como um "cavalo de Troia":

Um anticorpo busca e se liga seletivamente à proteína FRα, presente na superfície das células cancerosas.


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Uma vez dentro da célula, o anticorpo libera uma carga de quimioterápico potente que a destrói.

Essa ação direcionada poupa a maior parte das células saudáveis, o que pode resultar em maior eficácia e menos efeitos colaterais se comparado à quimioterapia tradicional.



Quais os resultados comprovados?


A aprovação se baseou em um robusto estudo de Fase 3 (MIRASOL) com mais de 450 pacientes, publicado no New England Journal of Medicine.


Redução do Risco: Reduziu em 35% o risco de progressão da doença.


Sobrevida: Pacientes tratadas com Elahere tiveram uma sobrevida global média de 16,5 meses, contra 12,7 meses daquelas em quimioterapia convencional.


Resposta ao Tratamento: A taxa de resposta (redução do tumor) foi de 42% com o novo medicamento, contra apenas 16% com a quimio.



Por que esta aprovação é um marco?


Especialistas classificam a decisão como histórica. "Pela primeira vez em mais de 20 anos, vimos um desfecho positivo em sobrevida global nesse cenário", afirmou a Dra. Graziela Dal Molin, vice-presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA).


O câncer de ovário é um dos mais letais, frequentemente diagnosticado em estágio avançado e com alta taxa de recorrência. No Brasil, o INCA estima 7,3 mil novos casos por ano. Há mais de oito anos não surgia uma nova opção terapêutica eficaz para pacientes com a doença resistente à platina.



Próximos Passos no Brasil


Com a aprovação da Anvisa, o medicamento está autorizado a ser comercializado no país. No entanto, ainda não há previsão para sua incorporação ao rol da ANS (planos de saúde) ou ao Sistema Único de Saúde (SUS). Sua disponibilidade para a população dependerá dessas próximas etapas.


A Importância do Teste Biomolecular


O acesso ao tratamento está condicionado a um exame de imuno-histoquímica, já disponível em laboratórios brasileiros, que identifica se o tumor da paciente é FRα-positivo. "É fundamental testar o status do FRα para definir quem pode se beneficiar", reforçou a Dra. Kathleen Moore, oncologista que coordenou o estudo.

 
 
 

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